Ministério da Agricultura Suspende Exportações de Frango após Detecção de Doença de Newcastle

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BRASÍLIA – O Ministério da Agricultura decidiu suspender temporariamente as exportações de carne de frango e seus derivados para diversos países após a identificação de um caso da doença de Newcastle em um aviário comercial localizado em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A medida faz parte dos protocolos sanitários estabelecidos entre o Brasil e os países importadores e foi comunicada por meio de ofício circular do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, direcionado aos frigoríficos processadores e exportadores.

A suspensão aplicada pelo governo brasileiro varia conforme o mercado de destino. No caso da China, principal comprador de carne de frango brasileira, foi imposto um embargo total. Para outros mercados, o embargo foi limitado aos produtos avícolas originários do Rio Grande do Sul.

Para a Argentina e a União Europeia, o governo determinou a suspensão das exportações de produtos avícolas de todo o território brasileiro. A Argentina, em específico, não receberá carnes frescas de aves, ovos, carne para alimentação animal e matéria-prima de aves para fins opoterápicos. Já a União Europeia deixará de importar carne fresca de aves, produtos à base de carne de aves e derivados de sangue não tratados.

A comercialização de produtos avícolas e ovos provenientes do Rio Grande do Sul foi interrompida para 31 mercados, incluindo países como África do Sul, Arábia Saudita, Bolívia, China, Cuba, Egito, Índia, México, Reino Unido, Uruguai, entre outros.

Outros 15 mercados não receberão carne de frango e derivados dentro do raio afetado pela doença, conforme estipulado no certificado sanitário acordado entre o Brasil e cada país. Entre esses mercados estão Canadá, Coreia do Sul, Israel, Japão, Marrocos, Reino Unido e Timor Leste.

O governo brasileiro, no entanto, manteve a exportação de produtos avícolas termoprocessados para a Argentina, África do Sul e Chile.

Embargo para a China

A suspensão das exportações de frango para a China é válida para certificados emitidos desde a quarta-feira (17), data em que foi confirmada a presença da doença de Newcastle. Inicialmente, o autoembargo estava limitado aos produtos do Rio Grande do Sul, mas agora foi ampliado para incluir todas as exportações de frango para a China, além dos embargos já aplicados à Argentina e União Europeia.

Esse bloqueio temporário faz parte de um acordo sanitário bilateral entre Brasil e China, que exige a suspensão imediata das exportações em caso de detecção de doenças zoonóticas. A China, que é o principal destino das exportações de frango do Brasil, comprou 276,1 mil toneladas de carne de frango do país no primeiro semestre deste ano, gerando uma receita de US$ 600,9 milhões.

Orientações aos Frigoríficos

O Ministério da Agricultura orientou os frigoríficos a reforçar os procedimentos de inspeção ante e post mortem, além de intensificar a análise dos dados sanitários, especialmente em relação à mortalidade de aves em campo. Segundo o ofício, todas as aves encaminhadas ao abatedouro devem estar acompanhadas de uma guia de trânsito animal, sendo aptas para o abate.

O que é a Doença de Newcastle

A doença de Newcastle é uma infecção viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sintomas respiratórios seguidos de manifestações nervosas. O foco da doença foi identificado em um estabelecimento avícola com 14 mil animais em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. O local foi imediatamente interditado e as aves estão sob monitoramento. O último registro da doença no Brasil havia ocorrido em 2006, em aves de subsistência no Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

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